6 de mai. de 2014

Ocupação Zuzu Angel - Eu fui!

Olá!

Estou ensaiando colocar este post no blog desde o feriadão da Páscoa. Por aqueles dias, eu visitei pela primeira vez Ocupação Zuzu Angel no Itaú Cultural. E aí, durante este último feriadão, munida da minha câmera e de bastante tempo disponível, fui lá novamente para registrar ao máximo.

Vou dizer a verdade, além de ser linda, a mostra foi montada de maneira incrível. Não tinha como deixar a história do Brasil de lado, já que além de brilhante estilista, que ficou conhecida inclusive fora do Brasil, Zuzu militou tanto quanto pôde para esclarecer o desaparecimento e morte de seu filho Stuart. Aliás, ela mesma morreu em uma emboscada antes que conseguisse esclarecer este crime acontecido nos tempos da ditadura.

Visitei com calma, li e vi tudo, por isso mesmo resolvi fazer tudo de novo. O período da ditadura militar no Brasil sempre me despertou interesse por dois motivos: o primeiro é por não ter aprendido praticamente nada nos tempos de escola, o que eu sei eu aprendi por conta própria, inclusive em tempos de estudos para o vestibular. O segundo é que eu acho muito doido viver em um país que, em um passado nada distante, passou por tanta coisa (o que me faz pensar seriamente nos dias de hoje, quando ouvimos de algumas pessoas - não satisfeitas com os rumos atuais de tudo - que devemos ter os militares de volta) e ainda não termos encontrado nosso caminho de verdade dentro da democracia.

Enfim, discussões políticas e históricas à parte, eu realmente me emocionei com muitas coisas na exposição, porque não eram simplesmente modelos de roupas que retratavam uma época específica da moda (anos 60 e 70 para ser precisa), mas mostram muito de uma mulher empreendedora, criativa e batalhadora.

Zuzu desenvolveu um tecido exclusivo, o Polybel, misto de poliéster e algodão, visando a praticidade e o conforto. Também desenhou as suas próprias estampas e trabalhava muito bem a comunicação visual da loja e outros materiais de sua marca.




O piso superior mostra seu começo como costureira e sua consagração como fashion designer no Brasil e também fora dele. Muitas roupas lindas com referências e materiais genuinamente brasileiros (opções até então não exploradas pela moda brasileira) e um lindo ateliê de costura.



 
 Gente, eu casaria fácil com este macacão à esquerda ou com o vestido do meio! Lindos demais!




Revista antiga, entre vários materiais de referência de Zuzu.

No piso térreo, uma linha do tempo com os acontecimentos do Brasil e da vida de Zuzu. Vídeos de sua filha Hildegard e da última entrevista de Zuzu (gravada no dia em que ela morreu) valem muito a pena.


No 1o subsolo está retratada a fase de luto e de protesto de Zuzu. Depois do desaparecimento e morte de seu filho Stuart, ela passou a vestir luto sempre e suas criações passaram a ser veículos de protesto.


Ferida de morte e rindo, assim Zuzu chamava seus trajes de luto.

Roupas da coleção de protesto, com bordados de motivos pueris com temas ligados à ditadura militar como tanques, anjos e passarinhos presos, sol nascendo atrás das grades.

No 2o subsolo há um espaço para atividades, que acontecem periodicamente desde o começo da exposição.


A mostra vai até domingo, então ainda dá tempo de ir! Você vai se emocionar!

Dicas:
* Para pegar o material impresso (uma revista muito bem feita, aliás), é bom chegar cedo. Na primeira vez eu fui à tarde eu não consegui pegar, a cota do dia já tinha esgotado pois a mostra tinha recebido muitos visitantes naquele dia.
* À partir das 14 horas, de 5a a domingo, acontece uma performance de atrizes lendo cartas de Zuzu escritas nos tempos de busca por seu filho Stuart, todas elas vestindo reproduções de alguns seus modelos. É muito tocante! Fora destes dias e horários, no mesmo espaço, é possível ouvir gravações de Zuzu também relacionadas à busca por Stuart.

Aqui neste vídeo tem um pouco do que pode ser visto por lá!



No canal do Itaú Cultural tem mais vídeos!

Estou colocando este post no ar com parte das fotos que tirei, mas quero preparar um álbum no Facebook do blog com todas elas, para quem não puder ir possa dar uma olhada. Logo aviso!

Beijos!
_______
Informações:

Ocupação Zuzu
terça 1 de abril a domingo 11 de maio
terça a sexta das 9h às 20h (permanência até as 20h30); sábado, domingo e feriado das 11h às 20h
[no dia 1º de abril a mostra pode ser visitada das 9h às 17h]
Pisos 1, térreo, -1 e -2
Entrada franca - livre para todos os públicos

Performance no Espaço Expositivo
a partir de 3 de abril
de quinta a domingo, das 14h às 20h, durante o período da exposição

Site Itaú Cultural

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